Vencedoras na Escola (Olímp/Lígua Port)

Olimpíadas da Língua Portuguesa
Vencedoras
1ª etapa escola

Poetas da Escola

Karina da Silva Anacleto 10 anos
Aluna da 4ª série 40 (matutino)

Ponta das Canas

Moro na praia
De frente pro mar
De casa vejo as canoas
Que brincam na água
Usando o vento para balaçar

Minha família vive aqui
Aproveita o fruto que a terra dá
E do mar os peixes para se alimentar
Quando dá muito peixe
Só não vende o cascudo
Vendendo o que sobra
Na cidade
Com o dinheiro compra de tudo

A cidade é longe
Não consigo acreditar
Quando meu avô era moço
Ia a pé sem reclamar
Carregava nas costa
Toda as coisas que comprava por lá

Memórias
Ludymilla Kuhnen da Silva
Aluna da 7ª série 71 (vespertino)

Maria e suas histórias


Ponta das Canas antigamente era muito diferente. Apesar de ser uma comunidade pequena tinha bastantes pessoas, especialmente crianças. Havia mais escolas que atualmente, mas com uma ou duas salas de aula apenas.
Existiam muitas crenças, havia muitas benzedeiras. Eu me lembro de uma historia da minha infância, eu estava com uma catapora muito forte, muito forte mesmo! Minha mãe me levou a uma benzedeira de meu bairro, ela colocou a mão sobre minha cabeça e disse: “Eu benzo esta menina com a folha da cororoca, livrai ela desta catapora”, para mim esta frase é inesquecível.
O namoro naquele tempo era meio que proibido. Não podia sair para passear com o namorado, apenas com a permissão dos pais, e olha lá.
Na época, as famílias dependiam da pesca artesanal e alimentos artesanais, feitos e produzidos a mão. O meu pai era pescador, eu ainda sinto o gostinho do peixe fresquinho que meu pai fazia. Minha mãe preparava o pirão de água para acompanhar. Era uma delícia!
As minhas brincadeiras, então! Era uma mais legal que a outra: boneca de pano, as cinco marias, pé de lata... Era muito divertido!
As casas não eram assim como hoje, não, elas também eram feitas de bambu e folha de coqueiro seca. A minha casa era bem aquecida, no inverno não passávamos frio.
Não havia postinho de saúde. Quando ficávamos doentes as benzedeiras eram a “cura”.
Eu vivi momentos inesquecíveis naquela época, momentos que eu levarei sempre em meu coração. Sou Maria e esta é minha história, fruto das minhas memórias.